Os nossos Vereadores da Coligação “Juntos Pelos Sintrenses” apresentaram na reunião de câmara que se realizou nesta quinta-feira, 30 de maio de 2019, uma Recomendação a propósito de algumas efemérides que se comemoram ainda no decurso de 2019 e também em 2020, dada a sua importância em matéria de preservação da memória e de reforço identitário.

Assim, se em 2019 se comemoram:

  • 90 anos sobre a morte de Virgílio Horta, que foi o 1º Presidente democraticamente eleito em Sintra, em 1913, voltando à Presidência em 1923 e integrando o Executivo em 1926;
  • 110 anos sobre a construção do Edifício dos Paços do Concelho;
  • 70 anos sobre a morte de Nunes Claro, médico-escritor que participou no esforço de guerra, servindo no Hospital Militar de Hendaia, durante a 1ª Guerra Mundial;
  • 50 anos sobre a inauguração do ex-Liceu da Portela, atual Escola Secundária de Stª Maria.

Comemora-se em 2020:

  • Centenário da morte do Dr. Gregório de Almeida, “pai dos pobres”;
  • Centenário da morte de Augusto Carvalho Monteiro, o Monteiro dos Milhões, que mandou construir o Palácio da Regaleira.

Considerando que o município pode aprofundar o tributo que lhes é devido através de iniciativas, mesmo que simbólicas, mas que ainda assim homenageiam esses passados de que se faz o presente, perpetuando o conhecimento sobre os mesmos, conheça aqui a Recomendação apresentada pelos nossos vereadores, que visa promover a memória destes ilustres sintrenses, os seus valores, a sua ação diferenciadora e contributos prestados em diferentes áreas.

RECOMENDAÇÃO Nº6_ JPS/2019

  • Considerando que em 2019 e 2020 se comemoram efemérides que se revestem do maior significado em termos históricos e identitários, merecendo que sobre elas nos debrucemos. Assim:
  • Considerando que neste ano de 2019, passam 90 anos sobre a morte de Virgílio Horta, que presidiu à 1ª Câmara democraticamente eleita, através das 1ªs eleições livres a nível concelhio (30 de novembro), voltando a presidi-la em 1923 – mesmo se só em 1924 se deu a sua instalação tardia, graças a um episódio de anulação, por conta de uma auditoria administrativa que se prendia com a falta de apuramento dos votos na Assembleia de S. Pedro de Penaferrim e com a possibilidade de tal influir nos resultados das votações – e integrando o grupo de vereadores da Câmara eleita em janeiro de 1926;
  • Considerando que as obras de construção do actual edifício dos Paços do Concelho, exemplar de arquitectura política e administrativa, ecléctica, neo-manuelina e neo-românica, segundo projecto do arquitecto Adães Bermudes, tiveram início em 1906, terminando em 1909, o que significa que se comemoram 110 anos sobre a sua edificação;
  • Considerando que também se comemoram 70 anos sobre a morte de Nunes Claro, médico-escritor que durante a 1ª Guerra Mundial trabalhou num hospital militar em Hendaia e que colaborou em publicações como a Revista Nova e a D. Quixote, muito justamente homenageado com a colocação, no Parque da Liberdade, de um busto da autoria do escultor Pedro Anjos Teixeira e com gravação na pedra de um soneto de sua autoria, tendo a autarquia novamente evocado a sua memória, através da recente conferência do ciclo “Conversas sem rede”, por João Rodil;
  • Considerando que em Setembro próximo se comemoram 50 anos sobre a inauguração do Liceu da Portela de Sintra, pelo então ministro da Educação, José Hermano Saraiva;
  • Considerando, por outro lado, que 2020 marcará o centenário da morte de 2 ilustres personalidades, a saber:
    • A 8 de abril, a do Dr. Gregório de Almeida, reputado médico e conhecido como o “pai dos pobres”, como era apelidado pelo povo, tendo chegado a Venerável da Loja Maçónica Luz do Sol, que existiu em Sintra, no princípio do século passado, tendo sido homenageada a sua memória através do busto e conjunto escultórico, instalado em frente ao Parque da Liberdade, na Volta do Duche;
    • A 24 de outubro, a de Augusto Carvalho Monteiro (Rio de Janeiro, 27-11- 1848/ Sintra, 24-10-1920), homem de cultura, camonista reconhecido, entomologista e especialmente reconhecido por ter sido responsável pela construção do palácio da Quinta da Regaleira, cuja propriedade adquiriu em 1892, por 24 contos de réis, tendo sido distinguido pelo rei D. Carlos I em 16 de agosto de 1904 como Barão de Almeida;
  • Considerando que são celebrações que devem evocar a importância da memória e aquilo que com ela se pode fazer, promovendo relativamente aos mais ilustres nas diferentes áreas, os valores, a sua ação diferenciadora e os contributos que prestaram e que o município pode aprofundar o tributo que lhes é devido através de iniciativas mesmo que simbólicas mas que ainda assim homenageiam esses passados de que se faz o presente, perpetuando o conhecimento sobre os mesmos,

Temos a honra de propor:

  1. A organização de uma exposição nos claustros deste edifício sobre a sua história, 110 anos depois da sua construção e sobre o Dr. Virgílio Horta – o 1º Presidente eleito através de eleições diretas – a par da promoção de iniciativas que poderiam passar por visitas guiadas centradas nos principais aspectos arquitectónicos, por concurso fotográfico sobre o mesmo, atenta a sua particular fotogenia e por conferências temáticas, com proposta para que as Escolas do 3º ciclo e Secundárias fizessem recair sobre estes 2 temas, quer aulas no âmbito da História Local, quer pesquisas;
    1.1. A colocação, junto à entrada do edifício, de estrutura leve com informação bilingue sobre o mesmo e a sua história, em linha com a constante de folheto editado sobre o mesmo;
    1.2. O alojamento de informação com nota histórico-artística sobre o edifício, no site da autarquia;
  2. A colocação de estrutura informativa, em versão bilingue, obedecendo a um conceito replicável para casos semelhantes, que, junto aos seus bustos, identificasse o médico-escritor Nunes Claro e fizesse referência à sua filantropia, participando no esforço de guerra em nome de Sintra e de Portugal e também o Dr. Gregório de Almeida, aprofundando o conhecimento sobre a sua obra e reivindicando-se ainda neste caso uma intervenção de limpeza geral do conjunto, que acusa excessiva acumulação de pigmentação por via da sujidade e do efeito do tempo;
  3. O lançamento de desafio ao Agrupamento de Escolas Monte da Lua e em particular à Escola Secundária de Santa Maria, ex-Liceu da Portela, para organização duma pesquisa que envolvesse a comunidade educativa, sobre as histórias de que se fez a história daquele estabelecimento escolar, depois vertida numa exposição retrospetiva;
  4. O lançamento de desafio à Fundação CulturSintra para celebração do centésimo aniversário sobre a morte de António Carvalho Monteiro, permitindo-nos a sugestão de organização na Quinta da Regaleira de uma exposição de entomologia, com eventual celebração de protocolo com o Museu de História Natural e da Ciência, atendendo ao interesse que era por ele devotado aos insectos e ao facto de ter dado contributos nesta área, através de capturas na Serra de Sintra e para “(…) o estudo das ciências naturais em Portugal, quer como membro de prestigiosas sociedades científicas, portuguesas e estrangeiras, quer pela organização de valiosas colecções de conhas, borboletas, colibris e herbários hoje conservadas em grandes museus (…)” – in António Augusto Carvalho Monteiro, um Naturalista Pioneiro, por Fernando Santos Carvalho -, , a par de outras iniciativas como conferências ou exposição documental.

Paços do Concelho, aos 30 de maio de 2019

Os Vereadores da Coligação “Juntos Pelos Sintrenses”

Marco Almeida,  Paula Simões, Andreia Bernardo e Carlos Parreiras