Foi com particular gosto que acolhemos na passada sexta-feira, 22 de março, a Conferência “Matar o casal conjugal; fazer nascer o casal parental” (A construção da família das crianças na separação dos pais) pelo Doutor Juiz Joaquim da Silva, que amavelmente aceitou o convite formulado em nome da Associação “Sintrenses com Marco Almeida”.
Retomámos, assim,e da melhor forma possível, o ciclo de conferências que temos dinamizado, desta vez abordando um tema que se prende justamente com a reconstrução familiar quando ocorre uma separação.
Numa época em que, fruto da desestruturação da relação conjugal, sucedem à separação e sempre que há filhos, dolorosas situações de regulação do poder paternal, exigindo uma reconstrução da parentalidade que não é isenta de dor para qualquer um dos membros da família, o testemunho dum Juiz que, fruto da sua sensibilidade e experiência nesta área, tem revelado uma capacidade invulgar para ajudar nessa reconstrução, foi uma oportunidade que muito nos honrou ter dado à partilha.
E fomos muitos os que tiveram a chance de ouvir durante duas entusiasmantes e formativas horas aquilo em que se funda a convicção de que a residência alternada dos filhos é a melhor das soluções em caso de separação dos pais e a extrema importância de minimizar os danos psicológicos, já que, ao contrário da dor física, a dor psicológica pode ser revivida por anos.
Com a sua experiência e a perspetiva duma intervenção integrada para garantir os melhores resultados, a conferir à sua prática uma exemplaridade invulgar, é juiz de família e menores desde os 44 anos e acredita que o seu papel não é apenas julgar, mas sobretudo informar e conciliar, ajudando os pais que não estão juntos a conseguirem ser um casal parental, que restitua a família à criança.
Assume-se como um defensor dos filhos quando os pais estão em guerra, conseguindo muitas vezes o milagre de pais quase inimigos passarem a ter uma relação civilizada, talvez porque prefere conversar com eles em vez de se limitar a ler relatórios.
Impedir que os pais destruam a infância dos filhos, por melhores que sejam as boas intenções deles, é o desafio maior. Até porque, como diz Mia Couto, A infância é quando ainda não é demasiado tarde!
E para bem de todos os envolvidos e da sociedade que nós fazemos e que nos faz, aquele é um desafio que o Meritíssimo Juiz Joaquim da Silva ganha muitas vezes.
Um bem-haja também por isso!