O Eterno Feminino – Por cada lágrima, um sorriso

Celebrar o Dia Internacional da Mulher simboliza o reconhecimento de uma sociedade ainda incapaz de lidar com a diferença de género. Hoje em dia, o mundo continua a viver o drama das meninas que não vão à escola, das mulheres que, presas a um amor sofredor, quase inconsciente e solitário, se vêem perdidas no labirinto de uma dor que consome; que mata.

O Eterno Feminino é a Mãe, a força da Natureza que dá à luz, que vibra, para além de todas as barreiras sociais, de todas as mágoas; dos maus tratos; da Violência verbal e física. De um inferno em vida, mascarado de sorrisos.

Ser Mulher em Portugal é, atualmente, um grito de revolta e angústia pelo sofrimento contido de todas as que, às mãos de carrascos que enviesam o significado do Amor, as maltratam, as violentam e as matam. Numa sociedade que apela à solidariedade, ao humanismo, as mulheres transformaram-se no alvo do ódio, do desamor daqueles que não reconhecem o valor essencial da Vida, que ignoram o sofrimento das crianças sem mãe. E pouco importa a denúncia desta mácula social crescente e constante, se não se atuar precocemente, através de programas de intervenção em meio escolar, que ajudem a saber lidar com os afetos, com o ciúme, com o engano, com a desilusão.

2019 fica, desde já, tristemente, marcado pela Morte no Feminino. E, para aquelas que dão a Vida, a sociedade tem que ser capaz de reconhecer a sua incompetência e assumir o desígnio coletivo da Mudança.

Porque não há mais tempo para este tempo, por cada lágrima escondida é preciso um sorriso de renovação. Pelas Mulheres que morreram, pelas que sofrem mas, acima de tudo, por uma sociedade humanista que urge preservar.

Hoje, Dia Internacional da Mulher, que todas as lágrimas de dor sejam o grito das consciências.

Paula Simões