Ainda no seguimento da sua intervenção na última reunião de Câmara, realizada a 2 de junho, os vereadores Marco Almeida e Andreia Bernardo, solicitaram um esclarecimento ao Presidente da Câmara, relativamente ao acesso à Serra por parte dos utilizadores de bicicleta, em virtude das limitações de circulação que têm vindo a ser implementadas.

Foram vários os e-mails que recebemos de munícipes sobre este assunto e partilhamos aqui o teor de um dos que descreve a sua frustração com a dificuldade de acesso à Serra de Sintra por parte dos utilizadores de bicicleta.

A Serra de Sintra é utilizada diariamente, e com maior expressão ao fim de semana, por centenas, talvez até um ou dois milhares, de praticantes de ciclismo. Seja como ponto de passagem de ciclismo de estrada, seja como habitat natural de praticantes de BTT, em diversas vertentes deste desporto, desde o simples passeio até à prática de Enduro ou Downhill.
Muitos desses ciclistas gostariam de, no final das suas atividades lúdico-desportivas, visitar a Vila de Sintra, para beber um café ou ingerir uma refeição ligeira.
Desde que foram efetuadas alterações ao trânsito pelo atual executivo camarário que tal se tornou bastante difícil, ou até impossível.

As vias de acesso da zona florestal da Serra de Sintra até à Vila são atualmente todas proibidas ao trânsito de bicicletas. A estrada dos Capuchos para Sintra passou a ser de sentido proibido desde o cruzamento do Convento dos Capuchos até à Vila de Sintra. Mesmo quem a ela aceda a partir de qualquer trilho que a cruze, depara-se ao pé do portão de acesso ao Chalet da Condessa com a proibição de se dirigir em direção a Sintra. Única alternativa, embora também de acesso proibido ou pelo menos bastante condicionado, é em direção a Santa Eufémia com um percurso de dificuldade bastante elevada.

Na estrada de Monserrate a situação é semelhante. Pouco depois do Parque de Monserrate a circulação passa a ser proibida em direção a Sintra. Aí nem sequer existe alternativa, a não ser descer a Galamares para depois subir até à Vila de Sintra.
Obviamente que isto não está ao alcance de todos. As bicicletas são movidas a pedais e existe uma imensidão de gente que não terá preparação física para tais percursos. Não falo, claro, nos ciclistas mais bem preparados, ou naqueles que fazem ciclismo a sério. Mas mesmo esses, após as atividades na serra, gostariam de se dirigir a Sintra e não fazem devido às proibições existentes.

O atual executivo camarário nunca se preocupou muito com esta questão. Inaugurou algumas ciclovias com pompa e circunstância, mas nunca deu atenção a quem pratica este desporto na Serra de Sintra.
Não sei o que poderá ser feito, embora tenha algumas ideias: Por exemplo na Volta do Duche, é permitida a circulação de bicicletas em direção à Vila, embora não o seja a veículos motorizados. Talvez a criação de um corredor para bicicletas nas estradas de acesso da serra à Vila fosse uma solução. Seria um corredor estreito a ocupar por exemplo 1/3 da via de rodagem, deixando espaço para o trânsito automóvel.
Uma alternativa mais simples seria a aposição de placas nos sinais de sentido proibido, com a indicação “excepto bicicletas”, por exemplo.

A bicicleta é um meio de transporte e de lazer ecológico. Não polui a Serra de Sintra. Os praticantes de BTT na sua esmagadora maioria respeitam a serra. Mantém-na sob alguma vigilância e não a poluem. Mantêm trilhos abertos para serem utilizados por atletas de trail ou para quem simplesmente queira apenas passear.
Poderia ser-lhes dada alguma atenção e resolver, de maneira a que não prejudicasse ninguém, esta situação.

Deixo o assunto à vossa consideração, autorizando desde já o uso que eventualmente queriam, ou possam, dar ao que escrevi.