Com o foco na escolaridade
O nível de escolarização dos residentes é um bom termómetro da forma como a comunidade se organiza, que tipo de representações existem sobre a sua importância, que valoração é feita dos seus benefícios, que vulnerabilidades condicionam a sua progressão.
Com esse nível a influenciar a empregabilidade e o tipo de emprego conseguido e com este a tecer uma ligação inequívoca com o rendimento auferido, o nível de vida proporcionado e a progressão social expectável, quase poderá dizer-se que o nível de escolarização funciona como elevador social, na medida em que influi na ascensão do cidadão, desenha as suas expectativas, impulsiona ou limita o desenvolvimento socioeconómico e a forma como a sociedade se organiza e evolui.
Contas feitas e resultados analisados no que concerne a 2011, aquilo que em breves palavras se pode dizer que caracteriza Sintra é que em matéria de nível de escolaridade, ela se revela abaixo da média nacional no que ao 1º CEB diz respeito e também ligeiramente abaixo da percentagem observada no que se refere ao Ensino Superior, naquilo que representa uma boa notícia no 1º caso, mas uma não tão boa no 2º.
É que se no caso do 1º CEB como nível máximo de escolaridade, menos é mais, porquanto significa que são menos em Sintra os que o têm, ou seja, têm mais habilitações; no 2º caso, só 11,2% da população tem licenciatura ou graus superiores, ou seja, pouco menos que no Continente, em que a média é de 11,9%, mas bastante menos que na AML, que conta com 16,5%.
E se Sintra surge equiparada ao Continente no que se refere à percentagem de munícipes com o 2º ciclo como nível de escolaridade mais elevado (13,2%)e ligeiramente acima da AML (11,3%), já quanto ao 3º Ciclo, mas sobretudo ao Secundário ultrapassa-os, com 20,2% (contra 17,3% na AML e 16,3% no Continente) e com 17,7% no que ao Secundário diz respeito (contra os 13,5% do Continente e os 16,3% da AML).
Também em termos geográficos, o cenário difere, com as freguesias a revelarem um desempenho distinto relativamente ao nível de escolarização dos seus fregueses e é essa mesma radiografia que se dá igualmente à partilha.
Os números da retenção e da desistência, uma projecção demográfica para o quadriénio 2017-2021 e as implicações que a nova estrutura poderá ter em matéria de evolução da população escolar quer em termos globais, quer descentralizando os seus efeitos, são igualmente abordados, com a sua importância a dever ser ressalvada pelos desafios que serão ditados ao nível da reorganização do parque educativo e da alocação de recursos nesse âmbito.