Preâmbulo

Com a maior concentração populacional do País, a Área Metropolitana de Lisboa é constituída por 18 Municípios, que ocupam cerca de 3,3% da superfície do território nacional.

Sintra é um deles e o seu ritmo de crescimento foi notável até ao princípio deste milénio.

Vale a pena retrocedermos uns anos para melhor percepcionarmos estas dinâmicas e ensaiarmos aquilo que poderia ser o seu BI social.

Nos idos de 1960, éramos em Sintra 79.964 habs., para, dez anos depois, subirmos aos 124.893 (representando 6,8% face ao total de residentes na área metropolitana de Lisboa e quase duplicarmos até 1981, na medida em que passámos para 226.428. Nos 10 anos que nos separam de 1991, o crescimento foi mais ténue, mesmo se significativo (+34.000 pessoas) e daí até 2001, um novo salto demográfico – dos 260.951 para 363.556, naquilo que correspondia a 13,7% da população da AML.

A partir daí, Sintra prossegue na senda dum crescimento destacado face à média nacional (1,95%) no período compreendido entre 2001 e 2011; 357.733 em 2011; 380.345 em 2014 e uns estimados 385.096 em 2016.

Com um crescimento demográfico intermédio equivalente a outros municípios da AML, que registaram também forte atracção demográfica a partir dos anos 70, tais como Loures, Seixal e Oeiras, “(…) a consolidação urbana e/ou esgotamento do espaço urbanizável, aliado ao envelhecimento do parque habitacional e da população residente, afiguram-se como revelantes neste saldo demográfico, mais contido do que o registado nas anteriores décadas.

No conjunto da Área Metropolitana de Lisboa, foi o saldo migratório o principal responsável pelo crescimento demográfico na década de 90, estimando-se que aproximadamente 7 em cada 10 novos habitantes resultem daquele, merecendo referência o facto da população estrangeira (com estatuto legal de residente) em percentagem da população residente, conhecer um decréscimo entre 2011 e 2014, passando de 9,5% para 8,6%.

Com base em projecções, estima-se que daqui a 5 anos sejam 387.794 os residentes em Sintra e a uma distância de 10 anos, ou seja, em 2026, a população decresça ligeiramente, na ordem dos 0,04%.

No cômputo geral, entre 2011 e 2031, Sintra poderá ganhar 7.219 habs.

E se o índice de envelhecimento no Município de Sintra alinha com a tendência na AML e em termos nacionais, acusando um acréscimo com alguma expressão na última década, pesando 10,3% e 13,7%, respectivamente em 2001 e 2011, ele era já de 15,3 em 2014. Para uma melhor percepção, se em 2011 eram 77 os idosos por cada 100 jovens, em 2016 são já 96, em 2021 projeta-se que sejam mais os idosos que os jovens, passando a relação a ser de 116 por cada 100 e, daqui a 10 anos, serão provavelmente 138.

Em termos globais, em 2011 eram 51.657 os residentes com 65 ou mais anos; em 2031 tal contingente crescerá para os 87.279 idosos.

Com este cenário a decorrer da baixa natalidade, com efeitos imediatos na não renovação geracional, basta atentar nos seguintes valores: 5353 nados vivos em 2001; 4230 em 2011; 3610 em 2014; ténue aumento para 3931 em 2016, estimando-se que a uma distância de 15 anos (2031) nasçam 3476 crianças.

Em face desta ainda assim fraca taxa de natalidade, se o saldo natural, ou seja, a diferença entre o total de nascimentos e o total de óbitos, era de 2936 em 2001, passa a 1823 em 2011, conhecendo grande rombo entretanto, na medida em que em 2014 passa a 821.

Uma nota ainda para as alterações na composição da população segundo o estado civil que, no todo da área Metropolitana de Lisboa, tem conhecido substancial mudança. O enorme peso que o divórcio vem assumindo nas causas da dissolução dos casamentos, ganha em Sintra um expoente particular. As famílias unipessoais crescem de forma significativa entre 2001 e 2011, passando de 16,7% para 21,0% e os divórcios (por 100 casamentos), crescem de 53,9 para os 111,3 em 2011.

Tal explica também o peso do aumento dos nascimentos fora do casamento era de 32,5% em 2001, cresce para 56,7% em 2011 e representa 63,9% em 2014, destacando-se quer da média da AML (57,9%), quer do todo nacional (49,3%).