O anúncio divulgado pela Scotturb sobre a redução da oferta de autocarros, em consequência da greve dos motoristas de mercadorias e matérias perigosas, causa uma profunda estranheza e estupefação!

Alegando não ter garantia de normal abastecimento de combustível face às normais necessidades, a empresa optou por implementar um programa de contingência, com redução do número de autocarros, naquilo que, na prática, se traduziu pelo cumprimento dos horários praticados ao fim-de-semana, com supressão de várias carreiras.

Servindo os Concelhos de Sintra, Cascais e Oeiras e com uma frota de 130 viaturas que transporta diariamente cerca de 50.000 passageiros, adivinha-se o incómodo para estes ou para aqueles que não sendo tão habituais, decidam utilizá-los por força das circunstâncias ou a tal impelidos pelo racionamento de combustíveis, que convida a que haja parcimónia na utilização de viatura particular.

Fica claro (já que aos fins-de-semana, a oferta se reduz em cerca de 30% face aos dias úteis) que a mobilidade de toda a população residente, quer seja nas deslocações internas ou entre concelhos resultará muitíssimo comprometida.
O prejuízo esse será apenas para os utentes, na medida em que a maioria terá já adquirido o seu título mensal de transporte, confrontando-se com um serviço que já foi pago mas que fica aquém das expectativas e necessidades.

Já quanto às carreiras turísticas, nomeadamente as que operam de e para os Palácios, não se sabe se esta restrição se verifica também ou qual é o nível do seu comprometimento, sendo lícito que nos questionemos e caso para dizer que nesta área outros serão os valores que se levantam…

E para que aquele cenário não assumisse uma expressão tão severa, ter-se-ia desejado outro comprometimento dos responsáveis, no sentido de a todo o custo o evitar!

Ora se relativamente aos transportes públicos de passageiros foi anunciado poderem abastecer nos postos da rede de emergência, desconhecem-se quais as diligências das autoridades municipais para o salvaguardarem.

Onde está a Câmara de Sintra em todo este processo, atendendo às suas responsabilidades em matéria de transporte público, por via da sua constituição como autoridade municipal de transportes, mesmo se delegou na AML tais competências?

Também aqui o tempo nos deu razão, quando em fevereiro de 2016 nos manifestámos contra essa delegação, por entendermos que a Câmara se demitiu dum dever que lhe está acometido, deixando de ser ela a pugnar pelo superior interesse dos munícipes e sujeitando-o a riscos que lhe compete a ela defender e salvaguardar.

Como era claramente este o caso!

Sintra, 14 de agosto de 2019
“Coligação JUNTOS PELOS SINTRENSES”