Na última reunião do executivo da Câmara Municipal de Sintra, realizada a 12 de fevereiro, o Presidente da Câmara Municipal de Sintra submeteu à votação uma proposta extraordinária para “não adjudicar o procedimento respeitante à empreitada de construção do Hospital de Proximidade de Sintra”, que é revelador da trapalhada que tem sido este processo e por isso mereceu a abstenção dos vereadores Marco Almeida e Andreia Bernardo (PSD).

Prometido para entrar em funcionamento em janeiro de 2021, aquando da assinatura em 2017 do protocolo entre a autarquia e os Ministérios das Finanças e da Saúde, os vereadores Marco Almeida e Andreia Bernardo registam que este é mais um triste episódio na telenovela de um equipamento imprescindível para os cuidados de saúde dos sintrenses, por demais evidentes perante as ruturas sucessivas em vários serviços prestados pelo Hospital Fernando Fonseca, agravadas pelo contexto de pandemia em que vivemos.

PROMETIDOPROMETIDO EM 2017

A construção do prometido Hospital de Proximidade tem de passar de promessa a realidade e exige-se ao Dr. Basílio Horta, na qualidade de Presidente de Câmara, que não crie falsas expectativas aos sintrenses.

Marco Almeida considera que “há erros na condução deste processo, confirmados pelo agravamento do custo do hospital e pelos sucessivos atrasos na sua construção”. Com um valor inicial de 29 milhões de euros, foi lançado a concurso por 40 milhões, tendo derrapado 10 milhões de euros sem que a primeira pedra tenha sido lançada e com a previsão de que o próximo concurso será lançado por valor superior.

Os vereadores do PSD consideraram ainda que sobre o Presidente de Câmara, eleito pelo Partido Socialista, recaem 3 ónus desde o momento que decidiu assinar o protocolo com o Governo:

  • o do prazo, uma vez que janeiro de 2021 foi a data avançada pelo Dr. Basílio Horta para a entrada em funcionamento do hospital;
  • o do custo, uma vez que dos 29 milhões iniciais foram substituídos pelos 40 milhões de euros e não chegam;
  • e o da responsabilidade, quando decidiu substituir-se à administração central, comprometendo para o efeito verbas municipais.

Neste período de pandemia em que vivemos e em que a saúde de todos se torna ainda mais prioritária, é inaceitável que os sintrenses continuem privados de um novo hospital que os sirva.