Tenho assistido nas reuniões de Câmara à tentativa de justificar a Pousada de Juventude de Sintra como um investimento para os mais jovens do concelho. Nada mais falso!

  • Primeiro, porque nenhum jovem sintrense ali se vai alojar para conhecer o concelho onde vive, sobretudo suportando o custo dos preços a praticar pelo particular que vai explorar a concessão daquele espaço;
  •  Segundo, porque a Câmara pagou por imóveis da administração central, recuperados por receitas municipais, ou seja, pelos impostos pagos pelos sintrenses que depois de recuperados serão concessionados a um particular.

Sejamos claros. A Câmara Municipal de Sintra, sob a batuta do atual Presidente, comportou-se como um particular, como um investidor empresarial, assumindo-se como concorrente da oferta hoteleira e/ou de alojamento local existente, em clara vantagem sobre estes: não pagou os custos do projeto e do licenciamento e não se sujeitou ao escrutínio dos serviços municipais em matéria de cumprimento de regras, como disso é exemplo o insuficiente número de lugares de estacionamento.

Para terminar, o investimento na área da juventude faz-se por outras vias. No desenvolvimento de projetos escolares, em parceria com as instituições de ensino, que contribuam para formação e qualificação dos mais novos, na oferta de equipamento públicos ao nível dos centros lúdicos, casas de juventude e bibliotecas (desde 2013 que não se fez um único equipamento nesta área), e no apoio à formação profissional (ligando escolas e empresas de forma efetiva) ou académica dos jovens sintrenses.

Enfim, tanto por dizer, tanto por fazer!

Marco Almeida