No âmbito da comemoração, no passado domingo, do Dia Internacional da Mulher, evocados alguns números de “Sintra no Feminino”, quer a nível demográfico, quer económico-social, que dão um retrato do Concelho, com a partilha de dados que documentam formas de discriminação da mulher no mercado de trabalho e que remetem para a importância de serem prosseguidas políticas de promoção da igualdade de género e de prevenção de formas de violência:

  • De acordo com as estatísticas de dezembro de 2018, éramos 205.133 mulheres num total de 388.434 residentes, tendo 30.958 idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos; 22.178 entre os 15 e os 24 anos; 113.735 entre os 25 e os 64 anos e 38.262 com 65 e mais anos, das quais 17.139 com 75 e mais anos.
  • Nasceram 2.013 mulheres entre os 4.230 nados-vivos e morreram 1.477 entre os 2.944 óbitos registados.
  • Em matéria de diversidade cultural, entre as 31.807 pessoas com estatuto de residência, 16.903 eram mulheres, pesando 53,14% face ao total.
  • Dos 50.074 trabalhadores por conta de outrem, 21.269 ou seja 42,47% são mulheres, assim distribuídas por setor de atividade:
    – 72 ou 33,6% do total de trabalhadores, no Setor Primário
    – 3.881 ou 25,64% no Setor Secundário
    – 17.316 ou 49,86% no Setor Terciário
  • Tema recorrente quando se fala em discriminação feminina é a diferença observada relativamente ao ganho médio mensal. Com a tendência para que a funções similares correspondam valores de remuneração diferentes consoante o género, ela verifica-se também em Sintra, com a disparidade a saldar-se nos 9%.

Importa referir que ao nível da AML, há 5 municípios onde essa disparidade é menor, sendo Mafra e Cascais aqueles onde essa diferença é menor (3,6% e 3,7%, respetivamente).

  • Essa discrepância entre o que auferem os homens e as mulheres está aliás presente em qualquer um dos setores de atividade:
    – No Setor Primário: 875,00€/863,81€
    – No Setor Secundário, 1.285,37€/ 1.188,45€
    – No Setor Terciário, 1.267,24€/ 1.028,46€
  • Indiciador também da sua maior vulnerabilidade social, é o nº de beneficiárias do subsídio de desemprego, que representa 57,23%.
    Dos 12.900 beneficiários, 5.517 são homens, sendo 2.365 novos beneficiários e 7.383 são mulheres, correspondendo a 3.190 as novas beneficiárias.
  • Também o nº de beneficiárias do RSI dá nota disso mesmo.
    Cifrando-se em 2018, em Sintra, em 6.276, também aqui as mulheres eram mais: 3.463 contra 2.813, ou seja, uma proporção feminina de 55,17%.
  • Tema sempre muito constrangedor, pelo que representa e indicia, abordar a questão da violência doméstica tornou-se incontornável:

    Foram, em 2018, 877 os casos objeto de crime registado pelas polícias, em Sintra.
    Em 2017 tinham sido 711 e em 2016, 693.
    Em 2019, entre as vítimas de violência doméstica, contou-se com uma de Sintra, um homem de 54 anos.