Desde as 7h de hoje que os trabalhadores não docentes de mais de uma centena de escolas do concelho de Sintra estão em greve contra a degradação das condições de trabalho, culminando com uma concentração junto à autarquia, em protesto contra a falta de respostas por parte do município de Sintra.

Em declarações à agência Lusa, João Santos, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, adiantou que a falta de pessoal não docente nas escolas “não tem fim à vista”.

“A greve de hoje, que culmina com esta concentração de trabalhadores em frente à Câmara Municipal de Sintra, tem por objetivo chamar a atenção para a falta de pessoal não docentes nas escolas, a falta de respeito pelos assistentes operacionais e a não regularização da carreira”, disse.

“Nós queremos ser ouvidos. Tínhamos uma reunião marcada com o presidente da Câmara [Basílio Horta] em 08 de maio para debater estes assuntos, mas foi desmarcada e nunca mais foi agendada. Queremos sentar-nos à mesa para corrigir a situação”, afirmou este dirigente sindical.

Afirma também que desde há cerca de 10 anos que a autarquia de Sintra gere os trabalhadores não docentes, bem como as escolas do concelho, sem que nada tenha sido feito para resolver os problemas dos trabalhadores. “Continua a haver falta de pessoal não docente, as escolas estão degradadas e sem intervenções básicas”.

João Santos indicou que a Câmara de Sintra (distrito de Lisboa) gere 1.110 trabalhadores não docentes (escolas básicas do 1.º ciclo, jardins de infância e escolas básicos do 2.º e 3.º ciclos) e a partir de janeiro passam também para a alçada da autarquia nove escolas secundárias.

“A autarquia responde sempre da mesma forma: que cumpre a portaria de rácios. Para nós a única forma de dar resposta aos problemas existentes é contratar acima da portaria, que o Governo não quis alterar”, disse.